Por isso, para eliminar todas as suas dúvidas de uma vez por todas, contamos tudo sobre como fazer cirurgia bariátrica pelo plano de saúde.

O que é cirurgia bariátrica?

A gastroplastia, conhecida como cirurgia bariátrica, consiste em uma intervenção cirúrgica para redução do estômago. Ela é recomendada para pessoas obesas que já tentaram diversas formas de emagrecimento e não obtiveram sucesso e/ou que estão com complicações graves de saúde.

O Brasil é o segundo país no mundo que mais realiza esse tipo de cirurgia, perdendo apenas para os Estados Unidos. Vale ressaltar, que a quantidade de procedimentos teve aumento exponencial na última década.

Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), o número de cirurgias de redução de estômago no Brasil cresceu 84,7% entre 2011 e 2018. Das 63.969 cirurgias realizadas em 2018, 77% foram por meio de  planos de saúde, 17,8% pelo SUS e 4,7% de forma particular. [1]

Plano de saúde cobre cirurgia bariátrica?

A cirurgia bariátrica consta no rol de procedimentos obrigatórios da ANSe, sendo assim, todos os planos de saúde são obrigados a oferecer esta cobertura. Contudo, existem algumas condições que qualificam ou não o paciente, pois a finalidade do procedimento não pode ser estética.

Tipos de cirurgias bariátricas cobertas pelo plano de saúde

Segundo as diretrizes da ANS e de acordo com a Resolução Normativa – RN n°428 do ano de 2017, estes são os procedimentos que devem ser oferecidos no planos de saúde, bem como os critérios para atendimento do paciente.

By-pass gástrico ou Gastroplastia

Este tipo de cirurgia consiste na redução do estômago com cortes ou grampo e inclui uma alteração no intestino, que é reconectado à parte do estômago que seguirá em atividade.

A cirurgia  pode ser realizada de duas formas:

  • Laparoscopia – Pequena incisão no abdômen
  • Aberta – Com um corte de 30 centímetros

Neste método, o paciente pode perder até 70% do peso inicial. Como é um procedimento que mexe com boa parte do sistema digestivo, pode trazer complicações, como: anemia causada pelo déficit de vitaminas, fístulas das cicatrizes no estômago ou intestino (que podem causar infecções), além de problemas como náuseas, vômitos e diarreia após a alimentação.

Esta técnica corresponde a mais da metade dos procedimentos.

Gastrectomia vertical

Nesta cirurgia que também pode ser feita com corte ou por meio de videolaparoscopia (furinhos no abdômen), o cirurgião remove todo o lado esquerdo do estômago.

Este método pode levar à perda de até 40% do peso inicial. Diferente do bypass gástrico, essa cirurgia não interfere na ligação natural do estômago com o intestino, por isso é menos invasiva.

Outro ponto positivo é que ela não exclui o duodeno do trânsito alimentar, portanto, não interfere no sítio de absorção de ferro, cálcio, zinco e vitaminas do complexo B. Sua desvantagem em relação ao método anterior é a perda menor de peso.

Colocação de banda gástrica

Neste processo, uma prótese de silicone ajustável, que funciona como espécie de cinto,  é colocada em torno do estômago, causando a sua diminuição e o deixando em formato semelhante ao de uma ampulheta. Um tubo é ligado a este aparelho permitindo que seja ajustado a qualquer momento.

Esse método permite perda de até 40% do peso inicial. É um procedimento pouco invasivo, por meio da laparoscopia e, por isso, tem um pós-operatório melhor. Sua desvantagem é que para que funcione a longo prazo depende muito da cooperação do paciente, com mudanças de hábitos alimentares e prática regular de atividade física.

Duodenal Switch ou Derivação biliopancreática

Consiste na retirada de parte do estômago e a maior parte do intestino delgado. Uma parte do intestino delgado distal é conectada a saída do novo estômago para que o alimento passe por uma bolsa tubular até esvaziar no último segmento do intestino delgado.

Este método também é muito eficaz para perda de peso e gera uma restrição alimentar menor para o paciente. Porém, deixa a pessoa mais propensa a complicações nutricionais e metabólicas.

Quais as indicações para fazer cirurgia bariátrica?

Para a cobertura do plano de saúde, o beneficiário deve atender à todos os critérios a seguir:

  • Ter entre 18 e 65 anos;
  • Tratamento clínico realizado por pelo menos 2 anos sem resultados satisfatórios;
  • Apresentar quadro de obesidade mórbida há mais de 5 anos.

O beneficiário também deve preencher ao menos um dos requisitos abaixo:

  • IMC entre 35kg/m² e 39,9kg/m² com ou sem comorbidades, ou seja, outras doenças como diabetes, hipertensão, doenças coronarianas etc;
  • IMC entre 40kg/m² e 50kg/m² com ou sem comorbidades.

Caso o paciente apresente qualquer uma das características abaixo, não estará apto para realizar a cirurgia através do plano de saúde:

  • IMC acima de 50kg/m²;
  • Pacientes que apresentem problemas psiquiátricos, quadros psicóticos e demenciais sendo considerados graves ou moderados;
  • Ter feito uso de álcool ou drogas ilícitas nos últimos 5 anos;
  • Comer doces em excesso.

O cálculo do IMC é feito com base no seu peso e altura, na seguinte fórmula: Peso / Altura² , ou seja, se uma pessoa mede 1,68 e pesa 65kg, você calcula 65/2,82 = 23,03.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera que o resultado dessa conta até 24 para adultos até 65 anos como dentro do peso ideal. Acima disso, o indivíduo começa a entrar no excesso de peso, conforme a tabela a seguir:

  • IMC entre 25,0 e 29,9 Kg/m2: sobrepeso;
  • IMC entre 30,0 e 34,9 Kg/m2: obesidade grau I;
  • IMC entre 35,0 e 39,9 Kg/m2: obesidade grau II;
  • IMC maior do que 40,0 Kg/m2: obesidade grau III.

Calcule o seu IMC pela calculadora de IMC grátis.

Quais os cuidados a longo prazo necessários após a bariátrica?

A obesidade é considerada uma doença crônica e progressiva, isso quer dizer que ela não é tida como curada quando o paciente atinge peso normal. Ela requer monitoramento contínuo para o resto da vida.

Embora vários fatores possam levar a pessoa à obesidade, um dos principais é a compulsão por comida, que está ligada a diversas questões, como a ansiedade. Outro fator é uma alimentação ruim, rica em sódio e alimentos com muito açúcar e gordura trans, por exemplo.

Esses hábitos e fatores emocionais não são resolvidos com a cirurgia, por isso ela requer o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar. Entre os profissionais envolvidos estão psicólogos e nutrólogos ou nutricionistas, pois o processo também requer uma reeducação alimentar.

A redução do estômago também pode implicar na redução da absorção de nutrientes pelo corpo, que passará a se alimentar com menor quantidade de comida. Por isso, alguns pacientes necessitam tomar suplementos ou vitaminas após a cirurgia.

Cuidados para não engordar novamente após a cirurgia

Agora que você já sabe mais sobre a cirurgia bariátrica, é importante ressaltar que este procedimento exige acompanhamento com diversos profissionais, como psicólogo, nutricionista, gastroenterologista, entre outros, para o resto da vida.

Exige também controle permanente da alimentação e da saúde, já que alguns procedimentos podem causar perdas significativas de nutrientes, além de mudança de hábitos.

Caso contrário, é possível que a cirurgia seja colocada a perder ao longo dos anos e o paciente volte a engordar.

Por isso, antes de passar por qualquer tipo de procedimento é preciso de um longo processo de preparação física e emocional.

Qual a carência para fazer cirurgia bariátrica pelo plano?

Caso você adquira o plano já em estado de obesidade mórbida, isso configura uma condição preexistente e todos os procedimentos relacionados só serão liberados após 2 anos devido à cobertura parcial temporária. Contudo, se você não adquiriu o seu plano já em quadro de obesidade mórbida, assim como qualquer outra cirurgia, poderá ser realizada após 180 dias.

Em ambos os casos é preciso preencher os critérios citados acima e possuir laudos médicos que comprovem a necessidade deste tipo de intervenção.

Entenda tudo sobre as carências de plano de saúde

Como fazer a cirurgia bariátrica pelo plano de saúde?

Considerando todas essas informações e caso você se encaixe nas recomendações, é preciso solicitar ao plano de saúde uma avaliação com o cirurgião bariátrico. Esse profissional é responsável por fazer uma análise completa e decidir se essa cirurgia é realmente o ideal.

Caso a cirurgia bariátrica seja aprovada pelo cirurgião, o paciente ainda precisa fazer uma série de exames complementares. Além disso, é preciso se consultar com mais 4 especialistas: nutricionista, psicólogo, endocrinologista e cardiologista.

É importante destacar que, caso necessário, o paciente deverá se consultar também com outros especialistas.

Plano de saúde cobre cirurgia plástica para retirar o excesso de pele?

Dermolipectomia, mais conhecida como abdominoplastia ou até mesmo cirurgia para redução de excesso de pele, também é um procedimento previsto no rol de procedimentos da ANS, fazendo com que a cobertura seja obrigatória pelos planos de saúde.

Para que o seu plano de saúde cubra a cirurgia é necessário atender aos seguintes critérios:

  • Ter “abdome em avental” após passar por uma cirurgia bariátrica ou tratamento clínico e perder muito peso;
  • Ter complicações, como infecções bacterianas devido o atrito, quadros de candidíase de repetição, hérnias ou cheiros desagradáveis.

Saiba mais: Tabela de preços Cirurgia Plástica 2023.